domingo, 26 de outubro de 2014

Amizade

Uma chuva havia acabado de passar quando me sentei no balanço do parque. O cheiro de terra molhada ainda impregnava o ar, misturando-se às brisas mais geladas decorrentes da chuva. Balançava-me para frente e para trás num ritmo lento... Deliciosamente monótono... Misticamente hipnótico, para ninar o vazio dentro do meu peito. Era um fim de tarde silencioso, sem brilho, como o fim de uma vida como a minha. Mesmo assim, ironicamente, me recusava a parar de respirar. De fato, não existem correntes que me prendam à minha vida, mas ainda tenho medo de perdê-la. Medo, aliás, caracteriza muita coisa de mim. Somos quase sinônimos.